Foi um amigo quem primeiro ouvi comparar o jogo ao escalar de uma montanha. A ideia é excitante, algo não costumeiro, e a sensação de recompensa acompanha-te através de todo sinuoso e extenuante trajeto, até ser brevemente confirmada no cimo. Uma vez conquistado o topo, nada mais há para ser feito que senão retomar o fôlego, despedir-se da incrível paisagem e começar a descida. De modo tão cauteloso quanto ali chegou-se. O caminho reverso é traiçoeiro. Um tropeço e tem-se a ajuda de todos os santos para afastar-se do céu com a maior velocidade com que seu corpo é capaz de rolar. A comparação pareceu-me, apesar de prosaica, perfeita representação do jogo.
É no alto que gritamos até romper as paredes da garganta 'estou aqui!', e o eco tarda em responder que ele também. Vê-se tudo, mas ao longe. E não ter braços que alcancem a mesma distância que os olhos, faz brotar um sentimento belicoso. Cravam-se bandeiras em pedras, unhas no peito, sorve-se tudo de um ar que nos faz ébrios de contentamento ...no efêmero intervalo entre a vitória e o desapego.
(Continua)
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