Eu não sou boa pessoa. Seja por maioria de votos, ou sob minhas próprias lentes, posso, seguramente, declarar que não pontuo a nota mínima na escala que mede esse tipo de coisa. Mas que esse reconhecimento não seja levianamente tomado. Vem a duras penas e não é, necessariamente, algo de que tenho orgulho, salvo pelo fato de, talvez, eu ser o melhor dos piores. Há, por fim, algo em que não sou medíocre. Em minha avidez por destacar-me da massa ordinária, a almejada euforia de estar entre os santos foi suplantada, sem esforço, por uma soturna, mas exclusiva, posição na porta do inferno. O currículo era ideal para fazer o cara crachá.
Mas, antes de ser asfixiado pelos urros de desaprovação, vale partilhar a lucidez rara entre quem não desce do salto, mas não incomum entre nós ímpios: Todo vício é escuso enquanto útil e toda virtude é nula quando seletiva.
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