19 de setembro de 2012

Nós, as cargas

    Sou um amante das analogias. Nada mais engenhoso que aproximar coisas distintas e enxergar as similaridades existentes em suas definições. Faz-me crer que há uma única e absoluta verdade por trás de tudo.
    Nossos deuses e mitos, apesar de tão elaborados, são a ideia abstrata mais simplificada que alguém concebeu como resposta a fenômenos misteriosos como a vida, morte, tempo, amor... Religião e ciência fazem seu papel como par que dá as mais satisfatórias e confortáveis respostas de acordo com a demanda dos mais variados públicos. Eu sou prosélito das analogias. Das parábolas, anedotas, aforismos e adágios. Mas confesso que, às vezes, tenho que adaptar algo já consagrado como correto para que se adeque à minha ótica científica. Mera conformação. Nada que antagonize um dito como, por exemplo: Os opostos se atraem.
   É claro que uma análise leiga validaria a tese, mas o primeiro revés que aponto é que não estamos em repouso. Nesse mundo povoado por nós, as cargas, em que tudo é dinâmico, só se atraem àqueles de mesmo sinal e com movimento em sentido concordante com o nosso próprio. Até porque, ninguém tem a intenção de neutralizar-se, penso eu.