7 de agosto de 2014

Aparências

    É de se admirar o esforço que alguns fazem em nome da superioridade. O assombro de esmaecer-se na multidão leva à rejeição consciente da simplicidade. Não faz muito tempo que a maior complicação para se retratar suas amáveis férias era carregar na bagagem dois rolos de kodak e, mais tarde, rir dos dedos na lente e olhos demoníacos. Veio o aperreador futuro na forma de sultuosas férias na Europa, retratadas em milhões de píxeis vistosos, que gritam de dentro do aparato moderno a que pertencem: Somos melhores!

    Seria hipocrisia negar as vantagens da tecnologia, mas tudo aquilo em que você deposita seu suado (ou não) dinheiro, não te faria melhor ou pior humano. É despido de todas as grifes que se exibe o real caráter. Personalidade não se compra, mas é sim,  resultado de trabalho.
    
    Pena os Maias terem errado a data, mas ainda chegará o dia em que a humanidade toda estará sob a mesma bátega  e toda a invenção da sociedade enveredará de mãos dadas pela estrada da extinção. Mas até lá...até lá tentaremos da maneira mais pífia nos convencer de que podemos ser melhores que o resto do mundo.


"See, their morals, their code... it's a bad joke. Dropped at the first sign of trouble. They are only as good as the world allows them to be.

I'll show you...When all the chips are down...these...these civilized people? They'll EAT each other!

See, I'm not a monster...I'm just ahead of the curve"