25 de outubro de 2017

Exupéry

    Havia cores nela. O literal é evidente, mas digo isso num sentido 'o pequeno príncipe' das coisas. Os tons das peculiaridades que somente a observação atenta revela, como se visse uma célula gigante, quase ameboide...Fui envolvido. É impossível ignorar quem fazia perguntas tão relevantes, como "nós suamos dentro da água?" e ainda sabia explicar etimologicamente que "solidão não é um sólido grande"...As cores arrancavam suspiros.

    Cedo, lustrava ruidosa e vigorosamente sua caveira. Consumia uma escova por semana. Tinha orgulho do seu riso sofrido, dizia, enquanto franzia a cara toda para provar que o canino da direita era menos torto que o da esquerda, pois conseguia cerrá-los.

    Gritava-me, enquanto eu aspirava a casa. Eu desligava a máquina: Chamou? Colhia silêncio. Ao ligar, gritava novamente. Exasperar-me era sua diversão.

    Ainda demoro para terminar de limpar tudo. Paro renitentemente: Chamou? Esqueço que não está aqui...

    Sentença de vida.



Nenhum comentário:

Postar um comentário

Ponha para fora!