26 de março de 2016

I

    Ninguém dirá que é tarefa fácil expor uma ideia recém concebida, dada a escassa compreensão que uma novidade traz. Toma tempo maturar um fruto mental. Por isso é mais fácil relatar suas predecessoras. Sim. Contar do passado é menos árduo. As feridas fecharam e os pensamentos já foram satisfatoriamente processados a ponto de, agora,  poderem ser transcritos. O que começarei aqui não serão memórias propriamente,  mas sim uma pintura de eventos passados, sob a ótica mistificada do presente. Contar sem florear não renderia bons capítulos. A realidade travestida é o mais cobiçado dos produtos. No mais, podem dizer que estou mentindo. Digo que poupando-os de torpes verdades. Somente. Estou anunciando uma graciosa ilusão, então que tomem dessas letras quem gostar de ser enganado.

    Não retrocederei demasiadamente na linha temporal. A história começará quase pelo cabo. Num prosaico dia que ficou marcado por uma valiosa lição. O cair das máscaras. A descoberta de que não somos sujeitos, tampouco agentes do enredo fiado pelo universo. E meus desígnios começaram a ser revelados. Como bom aluno, tomei ditado.
Pule uma linha...
Parágrafo...
Travessão...

(Continua)

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