27 de março de 2016

II

- Você não pode fazer isso!
Disse-mo grave, mas sem esboçar cólera. Havia uma solene reticência na exclamação. O ar aberto para redarguir. Contestar esse comando. Ela aguardava e seu semblante ficava confuso, como o de quem testemunha uma partida sem despedida, mas minha resposta foi retidão. Uma vastidão de desdém à censura. Agora agravava-se. Sentia perder o controle da situação,  uma vez que plano e execução não convergiram. E quanto mais exasperação me lançava, mais lacônico eu era. Por fim, gritava...NÃO PODE FAZER ISSO!
Já não era acerca da primeira imposição,  mas sim sobre o desmanche de seu remate, tão bem calculado, mas sem êxito.
Somente concordei, triunfante. Feito o abscesso que cresce na carne. Vencê-lo requer extirpar um naco de si. Todos optam por espremer... E ele sempre retorna.

(Continua)

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