26 de dezembro de 2015

Geografia

O cigarro abarrotado e manchado de batom repousava num cinzeiro de alabastro,  queimando hipnoticamente, enevuando a alcova. Quase agradável. Formando uma tênue cortinas que dava àquela cena um ar onírico. Todas as formas bruxelavam. O robe de cetim, que emoldurava a poltrona parecia ter vida própria. O crepitar do tabaco ardente intrometia sutilmente o absoluto silêncio, competindo somente com o débil ronco dela. Toda alva. Com dourados cachos que despencavam sobre seu rosto adormecido e acariciavam seus ombros. Ainda com as tintas no rosto. Sultuosos mares azuis nas pálpebras e um incêndio nos lábios. Rosados seios. Morros cujo vale guiava às planícies de branca seda. No fim disso uma leve relva que crescia com viço. Trescalante.  Saborosa.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Ponha para fora!