25 de dezembro de 2015

Tormenta

Começa sorrateiramente. Esparsas gotas burilam nas telhas, por aqui e ali, até o allegro. Lépidas tocam um ritmo frenético lá fora, enquanto nos arrefecem e desaceleram aqui dentro. Por tempo somente escuta-se a chuva e o mundo é feito de pingos, poças e enxurrada. Cessam os pássaros, os carros e os cães buscam abrigo. Todos juntos aguardam taciturnos o fim do milagre, que conclui como começa. Discreto. Agora os pardais que há pouco banharam-se na areia, farfalham nas copas encharcadas. As nuvens dão lugar ao azul e podemos,  novamente, vagar na lama.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Ponha para fora!